21 de outubro de 2014

O MimaMais irá estar presente no Centro Comercial Aqua Portimão, proporcionando aos pais e futuros pais momentos de partilha de informações e esclarecimentos de dúvidas nas mais variadas temáticas. Iremos ter ofertas para os bebés e para as mamãs! Um dia assim não pode perder!
MimaMais

18 de setembro de 2014

De que tamanho são os seus problemas?

"Pode ser injusto, mas o que acontece em poucos dias, às vezes até uma única vez, pode alterar o rumo da vida inteira!" 

Autor desconhecido


De que tamanho são os seus problemas? 

Talvez há um tempo atrás esta frase não me fizesse pensar tanto como agora. Sim todos nós temos os nossos problemas, e andamos emaranhados nos mesmos sem pensarmos na imensidão de coisas que temos para agradecer. E um dia, um único acontecimento, muda o nosso rumo para sempre, o chão abala, a terra estremece e tudo o que tínhamos como certo e garantido deixa de fazer sentido! Os meus problemas não são maiores que os das outras pessoas, mas hoje vejo que só eu tenho o poder de os tornar mais ou menos importantes!
Aceitar que o meu filho era diferente não foi de todo fácil, mas foi-se tornando, aos poucos, a minha verdade que não podia mudar e só me restava aceitar. Fruto do meu ventre, amor puro, verdadeiro, sem restrições! Muitas vezes me questionei, porquê a mim, porquê a ele… O meu bebé, este ser tão frágil e pequeno! Deus não podia tirar-me assim de forma repentina todos os sonhos e desejos que imaginei para o meu filho! Foi um choque, para mim, para a família, para todos! Quando pensamos em ter um filho queremos que tudo seja como idealizamos, criamos dentro de nós um bebé perfeito que tentamos projetar para a realidade e depois tudo desvaneceu, como se rasgassem todas as páginas que já havia escrito para o meu pequeno filho. Foram dias de angústia que passámos no hospital, tentando estabilizar a doença cardíaca do António e ao mesmo tempo tentando assimilar esta nova situação. Mas a vida é mesmo assim, e aprendi que lutar contra o que não tem remédio é gastar energias desnecessariamente, e essas eu precisava para cuidar do meu filho. Juntamente com a família, amigos e, principalmente, com o Pedro que sempre esteve ao nosso lado, reconstitui-me, tentei-me fortalecer e acreditei com todas as forças que eu era capaz, não havia outra alternativa e se este era o caminho então porquê querer mudar o rumo?!







10 de setembro de 2014

Aprender é Saber! Trissomia 21

Por esta altura já muitos de vós sabem que para além da insuficiência cardíaca suspeitavam que o António fosse também portador da Síndrome de Down. O que muitos não sabem é a dor que como mãe senti por não estar minimamente preparada para receber tal notícia.
Sim o António é um menino especial!! Mas todas as crianças são especiais para os seus pais e para a sua família. O que difere o António é a sua malformação congénita que tem várias denominações tais como Síndrome de Down, Mongolismo e trissomia 21.




Foi em 1958, que o francês Jerome Lejeune descobriu que as pessoas descritas por John Langdon Down tinham uma síndrome genética causada pela presença de um cromossoma extra no par 21. No caso de uma criança com S. Down ocorre um erro na distribuição e, em vez, de 46 cromossomas as células recebem 47 cromossomas. O elemento suplementar une-se ao par 21. É a ocorrência genética mais comum, estima-se um em cada 1000 nascimentos. Pode acontecer de igual forma em meninos e meninas, independentemente das etnias, classes económicas e nacionalidades. Este distúrbio pode ser diagnosticado durante a gravidez através de exames específicos ou com o nascimento através de sinais exclusivos de doença, que foi o caso do António. É um transtorno genético causado por uma alteração cromossómica que se caracteriza por uma combinação de um atraso mental e anomalias morfológicas que afetam o crescimento e o desenvolvimento.

É por isto e muito mais que quero deixar aqui o meu testemunho, pois o saber não ocupa lugar. E saber sobre doenças genéticas ajuda-nos a lidar melhor com estas situações, aceitando a diferença, acabando com a discriminação e, principalmente, com a ignorância que leva as pessoas a marginalizarem os outros baseados apenas na sua aparência exterior! 

7 de agosto de 2014

Batismo, dia 03 de Agosto de 2014!

O tão desejado dia chegou, o batismo dos meus meninos! Faz tempo que queria oferecer aos meus filhos um início de vida cristã, embora tenha consciência que serão eles a escolher se querem ou não seguir o cristianismo. Já havia planeado este momento para o dia 06 de Julho mas Deus assim não o quis, pelo que dia 03 de Agosto de 2014, finalmente, realizou-se o batismo dos meus pequenos. Foi um dia muito feliz, onde consegui juntar amigos e família num ambiente de alegria e boas emoções, que nos permitiu esquecer todas as angústias e medos vivenciados no mês anterior com a cirurgia cardíaca do António.




Vou partilhar convosco os preparativos da festa que organizei com muito amor. Fiz questão de comprar o que é nosso, fabricado em Portugal, e por isso, a roupa do Manuel foi confecionada pelo Ratinho Feliz Botinha Azul, e a do António pela Maria Bianca. Roupinhas muito simples mas muito apropriadas para o dia de calor que se fez sentir. Os acessórios de batismo foram elaborados pelo Atelier da Tufi e as toalhas personalizadas foram realizadas pela minha mãe.










A comida e decoração foram da responsabilidade da Casa de Pasto “O Petisco”, nos Campilhos em São Bartolomeu de Messines. 








E todos os momentos foram registados pelo fotógrafo André Pisco Fotografia, um amigo e um grande profissional a quem agradeço muito por ter captado todos os momentos de felicidade vividos, para mais tarde recordar e reviver!


Obrigada a todos os convidados, a vossa presença encheu-me o coração de alegria e deu-me força para continuar a acreditar que depois da tempestade vem a felicidade! 




13 de julho de 2014

Após o nascimento!

"Deus não procura pessoas perfeitas, ele procura corações disponíveis!"
Carla Santana

O regresso a casa foi bastante tranquilo. Tudo parecia estar a correr bem! O António era um bebé calmo. Acordava apenas para mamar e dormia serenamente, era o sonho de qualquer mamã. Muitas vezes dava por mim a cogitar se estaria mesmo tudo bem, mas logo pensava que eram preocupações de mãe.
As verdadeiras inquietações começaram a surgir quando a partir do primeiro mês de vida o António teimava em não aumentar de peso. A sua alimentação era exclusivamente leite materno, encontrava-se bem adaptado, mamava de três em três horas e não havia motivos para tal acontecer. Era pesado todas as semanas e observado por profissionais de saúde que me aconselharam a introduzir um leite artificial, mas a história manteve-se.
Havia quem pensasse que o meu leite não era suficiente mas eu sempre acreditei que o motivo não era esse. Ao extrair o leite saia em boa quantidade, e com o Manuel nunca tive qualquer problema e amamentei-o exclusivamente até aos seis meses de idade. A verdade é que eu não estava descansada, algumas características no António chamavam-me a atenção, ele colocava muitas vezes a língua para fora e cansava-se facilmente. A minha vida era passada a caminho do centro de saúde e a caminho do hospital, em busca de uma solução, de uma resposta para o que estava a acontecer, mas será que estava preparada para saber a verdade? Por fim, aos 2 meses de idade, foi-lhe diagnosticado uma insuficiência cardíaca, mas não era tudo…havia mais suspeitas! 


















26 de junho de 2014

O nascimento!

"Nascer é receber de presente o mundo inteiro."
Jostein Gaarder


Os dias foram passando, a barriga foi crescendo e todos nos sentíamos maravilhados com a entrada de mais um membro na família. Pensava que não havia razão para preocupações e ia-me tentando convencer de que todos os pensamentos menos bons não passavam disso, pensamentos...

6 de Fevereiro de 2014
Uma manhã chuvosa, fria, céu muito nublado. Acordei com contracções uterinas muito dolorosas e senti que o dia do nascimento do meu bebé chegára. Chamei pelo Pedro, pegámos nas malas e dirigimo-nos para o hospital mais próximo, que fica cerca de 30km de distância da nossa casa. Pelo caminho as contrações foram ficando cada vez mais próximas e mais dolorosas. Estava na hora!  Cheguei ao Centro Hospitalar do Algarve-Unidade de Portimão por volta das 10 horas da manhã e fui de imediato observada pelas Enfermeiras do serviço de Bloco de Partos às quais, desde já, faço o meu agradecimento pelo excelente trabalho que realizam. São acima de tudo pessoas que estão ao nosso lado nos momentos de maior emoção das nossas vidas.
O trabalho de parto foi rápido, intenso  e muito doloroso. Fiz anestesia epidural mas com pouco efeito pois o António tinha pressa de nascer e poucos minutos depois chegou ao nosso mundo. Um parto lindo, com um bebé lindo, rosado, choro forte, com 3160 gramas e Índice de Apgar 10-10. Não poderia estar mais feliz! Com o António junto ao peito e o  Pedro ao meu lado comemorámos a nossa felicidade.
Bem vindo meu bebé, bem vindo António!


18 de junho de 2014

O passar das semanas!

"Tudo o que chega sempre sempre por alguma razão..."

Fernando Pessoa

As semanas foram passando, tudo aparentava decorrer na melhor das perfeições, ecografias normais, ecocardiograma normal, ecografia 3D normal, análises sem alterações.
Às 28 semanas de gestação fui a um jantar de despedida de um médico como uma colega. Faltava pouco para as 20 horas, era inverno, a estrada era estreita e pouco iluminada, o piso estava molhado e, de repente, surge a luz de um carro em grande velocidade, na nossa direção. Eu ia no lugar do passageiro e só me recordo de segurar a barriga e o airbag abriu. Lembro-me como se fosse hoje, foi um grande susto, momentos de muito pânico e ansiedade, mais pelo António. As equipas de socorro fizeram um trabalho espetacular, deram-nos toda a assistência e apoio necessário. Felizmente, nada de mal aconteceu, mas como iniciei contrações fui internada para vigilância e realizei medicação que permite inibir as contrações. Fiz também mais uma ecografia onde fiquei a saber que o António mudou a sua posição para pélvico. Após 24 horas de internamento fiquei tranquilizada, disseram-me que estava tudo bem com o bebé e que poderia ter alta.
No entanto, devido a este acontecimento traumático passei a ficar mais assustada, deixei de trabalhar e comecei a ficar preocupada sem razão aparente, tinha um pressentimento no fundo da minha mente, que tentava a todo o custo ignorar.
Às 29 semanas de gestação pensei realizar uma sessão fotográfica, tal como havia feito na gravidez anterior. Desta vez, o marido não me quis acompanhar e eu respeitei a sua decisão. Quem me acompanhou foi o mano Manuel e eu adorei os momentos que passámos os três. O Manuel estava radiante, todos os seus gestos e posturas eram muito naturais. A sessão foi realizada com um amigo fotógrafo, André Pisco , dia 8 de Dezembro de 2013, um dia inesquecível, uma vez que é o dia de aniversário do meu irmão Nuno. 

Aqui ficam algumas imagens desse dia, nesta que é a história da Minha Vida!

15 de junho de 2014

A minha gravidez!

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.”
Cora Coralina

A minha vida deu uma reviravolta há dois meses, quando descobri que o António é um menino especial! 
Todos os exames que realizei durante a gravidez concluíram que estava tudo bem como o bebé. Por um lado tranquilizaram-me e as semanas foram passando, fui gozando a gravidez com o meu marido e com o meu filho Manuel, que estava eufórico com o maninho e adorava abraçar, beijar e falar com a minha barriga. 
A minha gravidez foi bastante tranquila, vivida de uma forma muito agradável. Fui seguida por um obstetra numa clinica particular, realizei todos os exames previstos e até os não previstos. Às 12 semanas de gestação fiz o rastreio bioquímico e passadas algumas semanas veio o resultado. Risco reduzido dizia! Por voltas das 16 semanas foi altura de dar a notícia ao Manuel, disse que ia ter um maninho e ele ficou radiante embora tenha, posteriormente, demonstrado alguns sentimentos de ciúmes e inveja, nada que não estivesse à espera.
A gravidez foi decorrendo normalmente, tudo corria como tinha desejado e planeado. Não sendo exemplo para nenhuma mulher, ganhei vinte quilos com a gravidez, tinha muitos desejos e uma sensação constante de fome.
Contudo, no meu íntimo morava um sentimento de medo, um medo para o qual não havia explicação. Como sou Enfermeira na área de saúde infantil e lido diariamente com famílias e crianças com necessidades especiais, de variadíssimas doenças crónicas, o meu pensamento levava-me constantemente a cogitar “e se fosse comigo?”, “será que seria capaz?”… Nunca fui de pensar que a mim não me iria acontecer. Contudo, o meu maior medo era de acontecer ao meu filho, pois era ele que queria proteger mais do que tudo! Não dá para explicar o porquê deste pensamento, nunca o partilhei com ninguém, a não ser agora.