“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou
chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da
vida, que o mais importante é o decidir.”
Cora Coralina
A minha vida deu uma
reviravolta há dois meses, quando descobri que o António é um menino
especial!
Todos os exames que
realizei durante a gravidez concluíram que estava tudo bem como o bebé. Por um lado
tranquilizaram-me e as semanas foram passando, fui gozando a gravidez com o meu
marido e com o meu filho Manuel, que estava eufórico com o maninho e adorava
abraçar, beijar e falar com a minha barriga.
A minha gravidez foi bastante
tranquila, vivida de uma forma muito agradável. Fui seguida por um obstetra
numa clinica particular, realizei todos os exames previstos e até os não
previstos. Às 12 semanas de gestação fiz o rastreio bioquímico e passadas
algumas semanas veio o resultado. Risco reduzido dizia! Por voltas das 16
semanas foi altura de dar a notícia ao Manuel, disse que ia ter um maninho e
ele ficou radiante embora tenha, posteriormente, demonstrado alguns sentimentos
de ciúmes e inveja, nada que não estivesse à espera.
A gravidez foi decorrendo
normalmente, tudo corria como tinha desejado e planeado. Não sendo exemplo para
nenhuma mulher, ganhei vinte quilos com a gravidez, tinha muitos desejos e uma
sensação constante de fome.
Contudo, no meu íntimo morava um sentimento de
medo, um medo para o qual não havia explicação. Como sou Enfermeira na área de
saúde infantil e lido diariamente com famílias e crianças com necessidades
especiais, de variadíssimas doenças crónicas, o meu pensamento levava-me
constantemente a cogitar “e se fosse comigo?”, “será que seria capaz?”… Nunca
fui de pensar que a mim não me iria acontecer. Contudo, o meu maior medo era de
acontecer ao meu filho, pois era ele que queria proteger mais do que tudo! Não
dá para explicar o porquê deste pensamento, nunca o partilhei com ninguém, a
não ser agora.
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