26 de junho de 2014

O nascimento!

"Nascer é receber de presente o mundo inteiro."
Jostein Gaarder


Os dias foram passando, a barriga foi crescendo e todos nos sentíamos maravilhados com a entrada de mais um membro na família. Pensava que não havia razão para preocupações e ia-me tentando convencer de que todos os pensamentos menos bons não passavam disso, pensamentos...

6 de Fevereiro de 2014
Uma manhã chuvosa, fria, céu muito nublado. Acordei com contracções uterinas muito dolorosas e senti que o dia do nascimento do meu bebé chegára. Chamei pelo Pedro, pegámos nas malas e dirigimo-nos para o hospital mais próximo, que fica cerca de 30km de distância da nossa casa. Pelo caminho as contrações foram ficando cada vez mais próximas e mais dolorosas. Estava na hora!  Cheguei ao Centro Hospitalar do Algarve-Unidade de Portimão por volta das 10 horas da manhã e fui de imediato observada pelas Enfermeiras do serviço de Bloco de Partos às quais, desde já, faço o meu agradecimento pelo excelente trabalho que realizam. São acima de tudo pessoas que estão ao nosso lado nos momentos de maior emoção das nossas vidas.
O trabalho de parto foi rápido, intenso  e muito doloroso. Fiz anestesia epidural mas com pouco efeito pois o António tinha pressa de nascer e poucos minutos depois chegou ao nosso mundo. Um parto lindo, com um bebé lindo, rosado, choro forte, com 3160 gramas e Índice de Apgar 10-10. Não poderia estar mais feliz! Com o António junto ao peito e o  Pedro ao meu lado comemorámos a nossa felicidade.
Bem vindo meu bebé, bem vindo António!


18 de junho de 2014

O passar das semanas!

"Tudo o que chega sempre sempre por alguma razão..."

Fernando Pessoa

As semanas foram passando, tudo aparentava decorrer na melhor das perfeições, ecografias normais, ecocardiograma normal, ecografia 3D normal, análises sem alterações.
Às 28 semanas de gestação fui a um jantar de despedida de um médico como uma colega. Faltava pouco para as 20 horas, era inverno, a estrada era estreita e pouco iluminada, o piso estava molhado e, de repente, surge a luz de um carro em grande velocidade, na nossa direção. Eu ia no lugar do passageiro e só me recordo de segurar a barriga e o airbag abriu. Lembro-me como se fosse hoje, foi um grande susto, momentos de muito pânico e ansiedade, mais pelo António. As equipas de socorro fizeram um trabalho espetacular, deram-nos toda a assistência e apoio necessário. Felizmente, nada de mal aconteceu, mas como iniciei contrações fui internada para vigilância e realizei medicação que permite inibir as contrações. Fiz também mais uma ecografia onde fiquei a saber que o António mudou a sua posição para pélvico. Após 24 horas de internamento fiquei tranquilizada, disseram-me que estava tudo bem com o bebé e que poderia ter alta.
No entanto, devido a este acontecimento traumático passei a ficar mais assustada, deixei de trabalhar e comecei a ficar preocupada sem razão aparente, tinha um pressentimento no fundo da minha mente, que tentava a todo o custo ignorar.
Às 29 semanas de gestação pensei realizar uma sessão fotográfica, tal como havia feito na gravidez anterior. Desta vez, o marido não me quis acompanhar e eu respeitei a sua decisão. Quem me acompanhou foi o mano Manuel e eu adorei os momentos que passámos os três. O Manuel estava radiante, todos os seus gestos e posturas eram muito naturais. A sessão foi realizada com um amigo fotógrafo, André Pisco , dia 8 de Dezembro de 2013, um dia inesquecível, uma vez que é o dia de aniversário do meu irmão Nuno. 

Aqui ficam algumas imagens desse dia, nesta que é a história da Minha Vida!

15 de junho de 2014

A minha gravidez!

“Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar, porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.”
Cora Coralina

A minha vida deu uma reviravolta há dois meses, quando descobri que o António é um menino especial! 
Todos os exames que realizei durante a gravidez concluíram que estava tudo bem como o bebé. Por um lado tranquilizaram-me e as semanas foram passando, fui gozando a gravidez com o meu marido e com o meu filho Manuel, que estava eufórico com o maninho e adorava abraçar, beijar e falar com a minha barriga. 
A minha gravidez foi bastante tranquila, vivida de uma forma muito agradável. Fui seguida por um obstetra numa clinica particular, realizei todos os exames previstos e até os não previstos. Às 12 semanas de gestação fiz o rastreio bioquímico e passadas algumas semanas veio o resultado. Risco reduzido dizia! Por voltas das 16 semanas foi altura de dar a notícia ao Manuel, disse que ia ter um maninho e ele ficou radiante embora tenha, posteriormente, demonstrado alguns sentimentos de ciúmes e inveja, nada que não estivesse à espera.
A gravidez foi decorrendo normalmente, tudo corria como tinha desejado e planeado. Não sendo exemplo para nenhuma mulher, ganhei vinte quilos com a gravidez, tinha muitos desejos e uma sensação constante de fome.
Contudo, no meu íntimo morava um sentimento de medo, um medo para o qual não havia explicação. Como sou Enfermeira na área de saúde infantil e lido diariamente com famílias e crianças com necessidades especiais, de variadíssimas doenças crónicas, o meu pensamento levava-me constantemente a cogitar “e se fosse comigo?”, “será que seria capaz?”… Nunca fui de pensar que a mim não me iria acontecer. Contudo, o meu maior medo era de acontecer ao meu filho, pois era ele que queria proteger mais do que tudo! Não dá para explicar o porquê deste pensamento, nunca o partilhei com ninguém, a não ser agora.